Serviço de desapoio à vítima
Mais conhecido como APAV , o serviço de apoio à vítima serve para que vítimas de abuso sexual ,ou importunação sexual possam ter algum tipo de apoio emocional, alguém que as/os ajude a ultrapassar estas situações de merda.
Vamos começar pelo nome ,que perpetua a ideia de fragilidade da “vítima” e que um crime foi cometido sobre alguém invés de reforçar a parte de que um crime foi cometido por alguém.
Mas isso é o menos de toda a questão. Claro está que não teem culpa da pandemia que estamos a viver e se calhar o meu ódio momentâneo devia de cair mais sobre os órgãos de poder que não permitem que espaços destes, essenciais para quem os frequenta, estejam abertos. Contudo, hoje dirigi-me à polícia a pedir o contacto que me tinham falado do serviço de apoio à vítima, a imaginar um espaço com outras vítimas todos em roda a partilhar as nossas histórias de abuso e a receber e a dar empatia . Deram-me o contacto da APAV.
Liguei para lá e descobri que, em primeiro lugar, estão encerrados, portanto alguém que seja violado durante a pandemia para além do acto em si e de todo o trauma que isso acarreta, não pode socorrer à instituição que foi criada para isso mesmo. Em segundo lugar, para poder dar-me ao luxo de ser acompanhada por alguém, tenho que primeiro, expor a minha história por telefone e por não achar que isso seja do meu interesse ou agrado levo com alguém do outro lado, que desconhece o que eu passei e me julga por não querer falar por telefone e me pressiona para o fazer.
Mais uma “pequena” coisa nesta sociedade de merda para facilitar a vida de alguém que foi / é vítima de algum tipo de abuso sexual.
Sou completamente a favor que existam instituições como a APAV e acho que, tal como referi, são essenciais mas teem muito em que melhorar. E já agora é para isso mesmo que servem as críticas.
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